domingo, 17 de março de 2019

Meu novo companheiro de prática!

Nasci em 1992. 
A partir do momento em que passei a ter a capacidade de compreensão, os filmes que tivessem as artes marciais como seu tema principal de alguma maneira chamavam minha atenção. Viajar nas cenas de luta, onde dois ou mais artistas marciais colocavam-se à prova para decidir qual estilo sobreporia o outro, eram muito frequentes. Apesar dessa imaginação, me ver fazendo essas proezas ficavam apenas no campo da imaginação mesmo.
Tudo isso mudou, quando conheci o Sistema Ving Tsun de Kung Fu através da Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence, e as proezas sobre-humanas vistas nos filmes, davam lugar a proezas e práticas absolutamente humanas, possíveis. 
Já servi ao Exército Brasileiro. Da mesma forma que será difícil expressar em palavras as coisas que já vivenciei dentro da caserna aos civis que nunca tiveram contato com as Forças Armadas, o mesmo acontece com as experiências que já pude ter desde que entrei para a Família Moy Jo Lei Ou, do Clã Moy Yat Sang, da Linhagem Moy Yat do Sistema Ving Tsun. Seria ilegítimo com estas mesmas experiências tentar expressar em palavras e ainda querer que as pessoas à minha volta compreendam, é como uma frase que certa vez li: "... e ninguém tente entender! Melhor apenas sentir..."


Recentemente, tive acesso a um dos Domínios que, a meu ver, mais desperta curiosidade  dentro das artes marciais: o Mui Fa Jong, cuja prática se dá no Muk Yang Jong, popularmente conhecido por "boneco de madeira". 
Meu Si Taai Gung, o Grão Mestre Moy Yat (1938-2001), costumava associá-lo a uma máquina de escrever, onde para saber como manusear é necessário que, no mínimo, a pessoa saiba escrever, e com isso, a máquina refinaria sua habilidade de escrita.

Minha missão daqui pra frente será compreendê-lo...

Ao trabalhar comigo as duas primeiras partes do domínio, Si Fu, o Mestre Julio Camacho, referiu-se a maneira como o "Jong" deveria ser tocado como aderir, em vez de simplesmente fazer meus braços entrarem em atrito. Não só no momento da prática em si, mas pensar no "aderir" me deu margem para pensar e repensar muitas coisas. 
Desde que concluí recentemente a faculdade, pude me dedicar de maneira um pouco mais frequente ao Mo Gun e às suas atividades. Tenho tido a oportunidade de observar e registrar de perto, por exemplo, as inovações e contribuições de Si Fu, para o Sistema Ving Tsun, talvez seja esta uma boa oportunidade para compreender melhor como "aderir"...

Manhã de estudos do Programa Fundamental no Mo Gun.







ARTES MARCIAIS, KUNG FU E ESTEREÓTIPOS QUE NOS CONFUNDEM

Após um hiato nas publicações, retorno com esta publicação que permitiu debruçar-me bastante sobre o tema que procuro desenvolver.
Uma das propostas deste blog é, além de compartilhar com as gerações futuras minha visão e vivências no contexto do Ving Tsun Kung Fu, é dialogar com o público que possui quase ou nenhum contato com o Círculo Marcial.
Para isso, pude contar com a ajuda de alguns irmãos kung fu e da convivência com meu Si Fu, o Mestre Julio Camacho, para a construção desse pensamento que, antes de mais nada, é uma forma de oferecer um ponto de vista diferenciado sobre um tema que possui muitas lendas difundidas a seu respeito, e que habitam o imaginário Ocidental sobre o que sejam as Artes Marciais.
Enfatizo que as ideias aqui compartilhadas representam minhas próprias interpretações, baseadas em entrevistas, pesquisas e observações sobre círculo marcial.


BOA LEITURA!


UM BREVE HISTÓRICO...

Voltemos ao século XIX. Período em que países europeus como Inglaterra, França, Alemanha estavam na chamada "corrida imperialista", na busca por mais territórios, mercados e mão-de-obra a fim de alimentar o novo modo de produção surgido a partir da 1ª Revolução Industrial. África e Ásia foram os continentes mais castigados com esse processo.
É comumente difundido que em áreas como Hong Kong (antigo protetorado britânico), a população apenas observou e aceitou o subjugo europeu, tal teoria por sua vez, já caiu por terra. Como exemplo da resistência chinesa ante o imperialismo europeu surgiu a chamada Sociedade dos Punhos da Justiça e Equidade, didaticamente conhecida como "Revolução dos Boxers". Os boxers eram os membros desse levante, sendo chamados assim pelos ocidentais uma vez que utilizavam as artes marciais chinesas na luta contra os estrangeiros na China. Ao levaram pânico aos ocidentais, isso contribuiu para a construção  da visão estereotipada no Ocidente dos chineses como um "povo exótico, violento e ardiloso".
O processo de inserção e transmissão do Kung Fu em território brasileiro está diretamente ligado a dois momentos: o primeiro no início do século XIX, devido ao enfraquecimento e empobrecimento chinês, conduzindo milhões de chineses para países como Estados Unidos, Austrália e África do Sul; e a segunda grande onda quando da Revolução Comunista de 1949, quando cerca de três milhões de pessoas fugiram para Hong Kong e Taiwan. Este período foi bastante significativo para a formação da comunidade chinesa no Brasil e, para a disseminação do Kung Fu no Brasil. Em 1950, com o amplo programa industrial brasileiro e a escassez de mão-de-obra facilitaram ainda mais a vinda de imigrantes com formação técnico industrial. (Rev Bras Educ Fís Esporte. São Paulo, 2014 - p, 4).
Oriundos dessa diáspora, surgirão os primeiros mestres chineses, também conhecidos como "mestres pioneiros", observando a oportunidade e o interesse, acabam sendo os responsáveis pela transmissão do Kung Fu, e por consequência, o contato entre duas culturas distintas e tão diferentes. 
Aos que viveram entre os finais da década de 1950 a 1980 se lembrarão do nome de Bruce Lee (foto) como exemplo de expoente das artes marciais. Decerto, ele prestou um serviço que popularizou o Sistema Ving Tsun e as artes marciais não só no Brasil, mas em todo o Ocidente. Entretanto, paralelamente, essa popularização causou um desserviço com a tamanha exposição, levando os muitos interessados a corromper o "real" significado de Kung Fu (功夫).


À esquerda, Patriarca Ip Man e seu Aluno Lee Jun-fan (Fonte: Internet)


TRAÇANDO CONCEITOS


Partindo do princípio que diferenciá-los não é tarefa fácil, precisamos tentar compreender: o que é KUNG FU e o que são ARTES MARCIAIS, visto que uma errônea interpretação causa, há algumas décadas, uma confusão entre o significado destes termos.
Segundo o Líder da Moy Yat Ving Tsun Martial Intellingence, Grão Mestre Leo Imamura:


"Ao contrário do que muita gente pensa, Kung Fu não é somente o termo genérico para as artes marciais chinesas, ele remonta das tradições confucianas. Portanto, a noção de Kung Fu é uma habilidade que você adquiri em qualquer campo da atividade humana, estando atrelada ao desenvolvimento humano". 

Confira no vídeo abaixo, uma entrevista de Grão Mestre Leo Imamura ao canal do YouTube Inteligência Marcial TV, no qual ele discorre mais sobre o tema:




Ora, então o que viriam a ser as ARTES MARCIAIS?

Para arte marcial podem existir tantas outras interpretações, dentre uma delas, seriam artes voltadas para a guerra, no entanto, com características refinadas, onde ocorre a utilização da inteligência estratégica.
Recentemente, pude ouvir uma interpretação onde a arte da guerra estaria voltada para a resolução de nossos próprios conflitos internos. É necessário dizer que, no sentido aqui apresentado, guerra pode-se entender por qualquer conflito que ocorra no transcorrer das relações humanas, podendo ou não nos desestabilizar emocionalmente. Será levado em conta o quanto seremos capazes de buscar a resolução para estes conflitos, isto é, como o indivíduo será capaz de desenvolver sua própria inteligência estratégica.
Portanto, se eu tivesse que classificar cada um desses termos através de uma maneira mais didática, o KUNG FU seria a manifestação de desenvolvimento das habilidades de um indivíduo, incluindo seu próprio desenvolvimento, enquanto as ARTES MARCIAIS têm no KUNG FU uma ferramenta para alcançar este desenvolvimento.


DISSEMINAÇÃO DE ESTEREÓTIPOS

Como já dito, após a passagem do icônico Bruce Lee, estou certo em presumir que muitos desejaram ter as mesmas habilidades. Seus filmes faziam brilhar os olhos de qualquer um que sonhava ter domínio sobre algum tipo de modalidade de combate. Vemos nesse fenômeno, uma notória influência do "Pequeno Dragão".
A essa altura, é importante eu me desprender da figura de Bruce Lee e apontar para outras produções que "contribuíram" na mitificação e estereotipia do Kung Fu.


  • KUNG FU 
Em outubro de 1972 estreava na televisão pela rede ABC a série "Kung Fu". Estrelada por David Carradine a série contava a história do monge Shaolin Kwai Chang Caine que torna-se uma espécie de andarilho, vagando de lugar a lugar, após vingar o assassinato de seu mestre. É com essa série que a expressão "gafanhoto" torna-se conhecida e associada ao Kung Fu.

Série Kung Fu (1972) (Fonte: Internet)

  • THE LAST DRAGON 
A trama é ambientada em Nova York, nos idos do ano de 1985, acompanhando a história de um jovem estudante de artes marciais chamado Leroy Green, ou "Bruce Leroy", tem sonhos de tornar-se um grande artista marcial, tendo como grande ídolo Bruce Lee (que surpresa!). 
Neste filme, a estereotipia reside em apresentar ao público elementos oriundos da cultura chinesa de forma caricata. Lembrando que na época em que o filme se passa, o mundo do Kung Fu era desconhecido, onde as únicas referências eram os filmes e séries produzidos no ocidente.


The Last Dragon (1985). À direita, como exemplo, observa-se como o filme apresentava ao público
 a ideia de um artista marcial.




Para encerrar, gostaria de frisar que não tenho nenhum problema com filmes ou produções destes gêneros, pelo contrário, até as acho divertidas. Quem nunca se empolgou ao assistir filmes como 'Mr. Nice Guy", com Jackie Chan, "Cão de Briga", com Jet Li, ou até mesmo o famoso "O Grande Mestre", com Donnie Yen, etc?
Na tentativa de conseguirem uma fama relativa e atenção de um público já existente, os auto-proclamados "profissionais" das artes marciais acabam não tendo nenhuma base para dar prosseguimento aos seus trabalhos tendo que fazer emendas com coisas que quase ou nada tem a ver com o trabalho que está sendo proposto. A exemplo disso, é comum encontrar na própria internet instrutores que dizem "ensinar" Ving Tsun (Wing Chun), mas que, como não tiveram acesso pleno (ou sequer tiveram acesso) ao Sistema, incorrem em erros grotescos, aplicando exercícios aeróbicos e anaeróbicos às rotinas de práticas.




quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Dada a largada no ano de 2018 para o Clã Moy Jo Lei Ou!

O ano de 2018, seguindo a sintonia dos momentos finais do ano anterior, começou com muito trabalho com a continuidade das obras e preparativos das instalações do novo Mo Gun da Família Moy Jo Lei Ou. 
Logo na primeira semana do ano, já no novo Mo Gun, Si Fu coordenou uma Aula Inaugural nos moldes do novo conteúdo programático, e mesmo aquele dia estando chuvoso, a atividade pode contar com a adesão, dentre discípulos e To Dai, tornando o início desta nova etapa do trabalho sensacional, além de poder promover interação entre irmãos Kung Fu que nem sempre podem estar juntos, o que pra mim foi de longe, uma das melhores partes daquele dia.
Antes de tudo, foi necessária a manutenção e preparação do espaço de prática. Em uma obra, muitos objetos acabam ficando fora do lugar, além disso, há o acúmulo de diversos tipos de lixos e detritos que inevitavelmente surgem nesse processo. Mais cedo, enquanto preparava o material que viria a usar para pintar as paredes do Jing Tong (algo como salão marcial), meu si hing André Almeida (Moy Mei Da) chamou minha atenção, no sentido de fazer com que eu ficasse atento, quanto ao fato de não ter preparado adequadamente o local da pintura cobrindo o chão, de modo a protegê-lo dos respingos de tinta. Lembro dele ter dito algo sobre o quanto e a forma como eu me preparava para iniciar a pintura, sendo isto o que me diferenciava de um pintor comum, onde este muitas vezes chega ao local de trabalho e apenas o executa, sem se preocupar com a organização do local ao final do trabalho. Isto é, ainda que eu não possua tal habilidade para a pintura, a maneira como utilizo meu Kung Fu a serviço de tal tarefa - ou de qualquer outra - é a questão.


Todos atentos às propostas da prática daquela noite! Como dizemos no Exército: "Olho no guia!" (risos)
Si Fu começou a prática falando sobre Arte Marcial, nos perguntando o que entendíamos a respeito do tema. Assim como Kung Fu, a arte marcial possui algumas interpretações e que estas podem facilmente variar conforme o entendimento do indivíduo. Alguns a entendem como uma arte da guerra, ou uma arte voltada para a guerra. No entanto, precisamos atentar a qual conotação buscaremos esse entendimento, se será através do pensamento greco-romano (ocidental) ou da lógica clássica chinesa. Caso a linha de pensamento adotada seja a segunda, a arte marcial será aquela dotada de um pensamento estratégico no momento que antecede a tomada de decisões. 


Iniciando a Aula Inaugural, Si Fu começou desbravando conosco possíveis interpretações para o termo "Arte Marcial".

Para a prática da aula inaugural, Si Fu utilizou um dos "ditados marciais" do pôster Ving Tsun Kuen Kuit Suen Hak ("Inscultura Sigiliar dos Ditados do Ving Tsun"), pôster este que faz parte de um projeto de autoria de Mestre Leonardo Mordente, lançado em 2015.

Si Fu elucidando o trabalho realizado com o discípulo Fernando Xavier.


Praticando com minha irmã Kung Fu Rúbia. Ao fundo, Si Fu nos observa.

Ao final da prática, como é costume, Si Fu fez alguns apontamentos sobre a forma satisfatória da evolução da proposta inicial, fechando assim, aquela Aula Inaugural marcando o início das atividades do Clã Moy Jo Lei Ou para o ano de 2018. Em seguida, cada um pode também expressar como havia sido a experiência daquele dia, onde, na oportunidade, complementava de maneira bastante assertiva as falas de cada um.
Somente após o encerramento das atividades, na hora de ir embora, pude me dar conta da chuva torrencial que caía naquele momento. Gostaria de deixar registrado aqui meus sinceros agradecimentos ao si hing Vlad Anchieta pela carona até a estação de BRT! Mesmo tendo chegado molhado à estação, fez toda a diferença!

Apesar dos percalços (para mim, risos), foi uma noite memorável!


Márcia Moura, companheira de Si Fu, também participou da prática contribuindo ainda mais com suas impressões sobre o trabalho realizado.



À esquerda Si Fu, ladeado por Mestre Thiago Pereira, seu discípulo de nº 2, e por fim, eu.















Uma história do Discípulo de Mestre Julio Camacho

fabianogranado.myvt@gmail.com
























domingo, 17 de dezembro de 2017

RE-COMEÇAR

Foi em um domingo ensolarado de dezembro que ocorreram as atividades de encerramento do ano dos núcleos da MOY YAT VING TSUN do Clã Moy Jo Lei Ou. 
Após descer do BRT na estação Via Parque e seguir em direção ao local de encontro do café da manhã, foi quando percebi o forte calor que já estava fazendo, muito antes das 10h da manhã! No entanto, isso foi de longe um motivo para me fazer desistir das atividades que aconteceriam ao longo da manhã.

Vista das novas instalações do Núcleo Barra da Tijuca no O2 Offices.

Começamos as atividades com o café da manhã. Em função deste, uma importante reunião de sintonia, que serviu para refletirmos sobre o ano de 2017 e começarmos o ano de 2018 todos na mesma frequência. Si Fu passou a palavra para cada um dos presentes, e desta maneira, pudemos interagir ricamente.
Ficou claro para mim que a palavra daquela reunião era COMEÇAR. Poderia dizer também que era RECOMEÇAR, que nada mais é do que começar de novo, mas acredito que o significado deste começar de novo não se encerra por si só. Creio que este novo começo deva acontecer através de uma consciência maior e mais presente. Além disso, que ele possa estar envolto de novas perspectivas.

Durante o café da manhã todos puderam compartilhar seus pensamentos e desejos para o ano que está por vir.


Quando falei à mesa sobre recomeço, foi algo que me tocou bastante. Dentro da realidade de cada um dos presentes à mesa, o ano de 2017 pode proporcionar desafios. Seja por questões financeiras, seja por questões de relacionamentos, acredito também, que cada um pode, de alguma forma, exercer o Kung Fu que existia de maneira latente permitindo a estar presente naquela ocasião.
Neste ano de 2017 foi onde pude ver com mais clareza toda a natureza familiar que está associada à Família Kung Fu. Quando converso com amigos ou parentes sobre essa "Família" eles acham muito estranha essa ideia (risos). "Como assim, uma família que não a sua?". Mas é algo que não é possível explicar somente com palavras, é preciso vivenciar. Acho que aos poucos estou conseguindo vencer minhas próprias guerras internas, de modo que eu possa vir a conviver mais com meus irmãos Kung Fu. 



Dando seguimento às atividades, Si Fu convidou a todos para conhecer as novas instalações do novo Mo Gun da Família Moy Jo Lei Ou. Era perceptível sua animação no momento em que apresentava uma projeção de como ficará montado o Mo Gun. Mais incrível ainda foi eu me pegar animado também com as novidades e as mudanças para o próximo ano. Acho que cada vez mais me sinto interagindo com a Família... 


Muito interessante ver Si Fu nos apresentando suas ideias e compartilhando sua lógica para a montagem do  Mo Gun.

E fechando o encerramento das atividades, tivemos, ainda,  a entrega dos nomes Kung Fu dos novos discípulos da Família Moy Jo Lei Ou, meu Si Hing Fernando Xavier, e de Pedro Oliveira.



Foto oficial do registro de encerramento do ano de 2017.



















Do Discípulo de Mestre Julio Camacho
Fabiano Granado
fabianogranado.myvt@gmail.com




















sábado, 16 de dezembro de 2017

Testemunhando um acontecimento histórico para o Clã Moy Jo Lei Ou!

A publicação de hoje começa diretamente do histórico bairro do Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Como boa parte dos outros - senão todos -, este bairro é um dos legados do passado carioca, quando o Rio de Janeiro ainda era o Distrito Federal do país. O nome surgiu de um engenho de açúcar existente no local, que pertencia ao Mestre de Campo¹ João Árias de Aguirre, no século XVIII. A abertura da Estrada de Ferro D. Pedro II (hoje Central do Brasil), trouxe ao bairro grandes oficinas ferroviárias, consideradas as mais importantes da América Latina em 1881. A estação do Engenho de Dentro foi inaugurada em 1873 e, mais tarde, foi demolida. Em 1937, foi construída a atual estação como a conhecemos hoje.



Praça do Trem em Engenho de Dentro.
Ao lado nota-se o Estádio Nilton Santos, conhecido como "Engenhão", o ícone deste bairro.


E assim como o bairro, um evento de viés histórico estaria para ser realizado numa noite de quarta, próximo ao estádio do "Engenhão", símbolo deste bairro.
Como Membro Vitalício da Família Moy Jo Lei Ou, tive a honra de acompanhar e testemunhar um dentre muitos acontecimentos ligados ao Clã Moy Jo Lei Ou no ano de 2017: o encerramento das atividades do ano de 2017 da Família Moy Fat Lei, liderada pelo Mestre Thiago Pereira - que também é meu si hing -, e a entrega dos nomes Kung Fu de seus três primeiros discípulos, da 13ª Geração da Linhagem Moy Yat na América Latina! Naquele momento, Jaqueline Tergolina, Vitor Sá e Keith Markus perpetuavam seus nomes na genealogia do Sistema Ving Tsun.

Algo histórico por si só!



                                                                                                                                                                                                                                                
Momento da entrega dos nomes Kung Fu. O Clã Moy Jo Lei Ou cada vez mais forte...


                                                                                                                                                                                 





Além disso, Mestre Thiago Pereira proporcionou aos presentes um excelente estudo sobre nomes Kung Fu, algo que não imaginava ser tão denso, porém, incrível!
Importante dizer que o local escolhido para o encerramento foi a casa do discípulo de 13ª Geração Keith Markus, onde este nos recebeu de braços abertos e com grandiosa hospitalidade. Deixo aqui registrado meu agradecimento pela hospitalidade de Keith.




Mestre Thiago Pereira, um dos Daai Si Hing da Família Moy Jo Lei Ou, explicava como "aconteciam" os nomes Kung Fu.


A todo momento lembrei das palavras de meu Si Fu, o Mestre Julio Camacho, sobre a proposta que ele fizera à Família Moy Jo Lei Ou alguns meses atrás, que consistia em nos reunirmos mais vezes, até mesmo nas casas dos próprios membros, de modo a proporcionar ainda mais unidade e interação entre os irmãos Kung Fu, bem como, desfrutar dos momentos de Vida Kung Fu.

Acredito que um dos motivos que me levaram a aceitar o convite para este evento, foi a sua realização na casa de um dos membros da Família Moy Fat Lei, tornando a atividade em si muito mais convidativa. Além disso, pude testemunhar como um irmão mais novo, a Família Kung Fu de um irmão mais velho crescendo e tomando sua própria forma. Foi emocionante...

Já no final da confraternização, todos puderam expressar de maneira breve como havia sido o ano de 2017 e que tipo de projeção faziam para 2018. Meu desejo para o ano que está por vir, com relação à minha Família Kung Fu, assim como para todos do Clã e para todos que estão presentes na minha vida, tomando emprestadas as palavras de meu Si Fu, é que SIGAMOS JUNTOS.


Si Fu em um momento de Vida Kung Fu no Mo Gun.

                                 









¹ Mestre de Campo: antigo posto de Oficial Superior que constituía os exércitos da Espanha, França e Portugal na época do antigo regime. Equivale ao atual posto de Coronel.
















Do Discípulo de Mestre Julio Camacho,
Moy Fat Bing On
fabianogranado.myvt@gmail.com

































terça-feira, 20 de junho de 2017

O efeito "fazer bem feito" e a entrevista de Mestre Julio Camacho à "Budo TV" (The "well done" effect and the Master Julio Camacho's interview to "Budo TV")

Dias atrás,"navegando" pela internet, li uma frase atribuída a Walt Disney, a qual chamou minha atenção:
A few days ago, sailing on internet, I read a phrase attributed to Walt Disney which caught my attention:

"O que quer que faça, faça bem feito. Faça tão bem feito que, quando as pessoas te virem fazendo, elas queiram voltar e ver você fazer de novo e queiram trazer outros para mostrar o quão bem você faz aquilo que faz".

"Whatever you do, do it well done. Do it so well that, when people see you doing it, they want to come back and watch you do it again and want to bring others to show how well you do what you do."

Não sei em que momento o autor disse esta frase, pelo o que estava passando ou a quem disse, mas ao ler, preferi acreditar que o mesmo sabia que ela alcançaria a quem precisasse. A mim, a frase chegou como uma possível proposta: Quem eu quero ser? A quem quero inspirar? Curiosamente, minha mente projetou a figura de meu Si Fu, Mestre Sênior Julio Camacho, como um exemplo no momento em que eu refletia sobre a frase.
I don't know when the author said this phrase, or what was happening to him or to whom he spoke, but when I was reading, I would rather believe that I knew I would reach someone who needed it. For me, the phrase arrived as a possible proposal: Who do I want to be? Who do I want to inspire? Curiously, my mind projected the figure of Senior Master Julio Camacho as an example, at the moment I reflected about the phrase.


Si Fu em entrevista à Budo TV.
Si Fu at an interview to "Budo TV".


Certamente, não direi que quero ser alguém como Mestre Julio Camacho, entretanto, digo com veemência, que suas ações e seus trabalhos me inspiram, bem como a outros membros do Clã Moy Jo Lei Ou.
Sendo ele o tipo de pessoa que possui uma conversa tão fluida e de alto nível, faz com que o nível de admiração dos que estão à sua volta cresça exponencialmente. Sua natureza de acreditar na relação com outra pessoa abre uma brecha para o que a frase acima diz "fazer tão bem feito de modo que quem está longe, tenha vontade de voltar". Na minha visão, este "fazer bem feito" remete à sua figura por ele viver o Kung Fu de maneira intensa sendo assertivo e perspicaz, e diferente da frase, que abre uma brecha para comparações, ele não abre brechas, a menos que ele queira.
Certainly, I couldn't say that I want to be someone like Si Fu. However, I can say with vehemence that your actions and your works inspire me, as well to a other members of the Moy Jo Lei Ou Clan.
Being the type of person who has such a fluent and high level of conversation, he makes the level of admiration of those around him grow exponentially. His nature of believing in the relationship with another person opens a gap to what the above phrase says "do it so well, so that whoever is away feels like coming back". In my opinion, this "doing well done" refers to his figure because he lives Kung Fu intensely being assertive and insightful, and different from the sentence, which opens a violation for comparisons, he doesn't open gaps unless he want to.

Si Fu atento ao Mo Gun.
Si Fu watches the Mo Gun carefully

E com toda esta dedicação e trabalho intensos de Mestre Julio Camacho, cada uma destas pessoas na foto acima que estão sendo "cuidadas" por ele, são a materialização do "fazer bem feito" da frase de Walt Disney, pois cada uma delas (e tantas outras que já foram cuidadas por Si Fu!) representam o que conhecemos atualmente por Clã Moy Jo Lei Ou.
Nós somos o seu legado.
And with all this dedication and hard work of Si Fu, each of these people in the photo above who are "cared for" by him, it's the materialization of "doing well done" said by Walt Disnew, because each of them (and so many others that have already been cared for by Si Fu!) represents what we know currently by Moy Jo Lei Ou Clan. 
We are your legacy.


Acompanhe agora na íntegra, a primeira parte da entrevista concedida à Budo TV, que reflete um dentre tantos outros, frutos do reconhecimento e contribuição de Mestre Julio Camacho ao Mo Lam (Círculo Marcial) e ao Sistema Ving Tsun:
Join now in full, the first part of the interview granted to Budo TV, which reflects one of the many unfolding of the acknowledgment and contributions of master Julio Camacho to Mo Lam (Martial Circle) and Ving Tsun Kung Fu System:











     
The Disciple of Master Julio Camacho
Fabiano Granado "Moy Fat Bing On"                                            fabianogranado.myvt@gmail.com










segunda-feira, 22 de maio de 2017

Si Fu como palestrante na UFRJ (Si Fu as a speaker at UFRJ)

A essa altura, após algumas publicações, você deve estar se perguntando: "Por que o Fabiano sempre fala desse tal Si Fu?", ou "O que esse cara tem a ver com a vida do Fabiano?", ou ainda, "Mas afinal, o que é um Si Fu?".
Aos que não estão no meio marcial, é estranho falarmos da figura de um Si Fu com tanto afinco e importância, pois a eles é inconcebível a ideia de fazermos por ele o que dificilmente faríamos por algum familiar, por exemplo. Mas acredito que vai além disso, através dessa relação podemos aprender e tirar muito o que possa a ser utilizado em nosso meio convivial, seja em nossas casas, seja no trabalho.
Por que eu "sigo" o Mestre Julio Camacho? Bem, como ele já disse em algum momento, preciso confiar na relação.

At this point, after some publications, you must be asking yourself, "Why does Fabiano always talk about this Si Fu?" Or "What does this guy have to do with Fabiano's life?" or maybe "By the way, what is a Si Fu? ".
To those who are not part or who have no contact with the martial environment, it's strange to speak about the figure of a Si Fu with so much strength and importance, for them it's inconceivable the idea of doing for him what we would hardly do for some familiar, for example. But I believe that goes beyond, through this relationship we can learn and take a lot of what can be used in our friendly environment, whether in our homes or at work.
Why do I "follow" Master Julio Camacho? Well, as he has said at sometime, I need to trust the relationship.


Si Fu na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Si Fu at the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ)
Na linhagem Moy Yat, há um termo que descreve a relação convivial, não só com nosso Si Fu, mas com todos os irmãos kung Fu, chamado Saam Fat, algo como "Vida Kung Fu".
Vida Kung Fu, dentre outros possíveis entendimentos, não seria somente o que produzimos enquanto estamos praticando dentro do ambiente do Mo Gun. A Vida Kung Fu pode ser entendida como um simples ato de tomar café da manhã com os irmãos kung fu, ou, como nesse caso, acompanhar meu Si Fu, o Mestre Julio Camacho, à uma palestra na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na qual ele foi o palestrante.
O kung fu está em tudo o que fazemos, podendo até mesmo estar no meio acadêmico.
Para o processo que tem vivido o Clã Moy Jo Lei Ou, esta atividade sem dúvidas, foi uma das muitas que consolidam o trabalho de Mestre Julio Camacho pelas Artes Marciais no Rio de Janeiro. Mesmo o tema central não sendo o Ving Tsun, claramente havia kung fu ali!

In the Moy Yat lineage, there is a term that describes the convivial relationship, not only with our Si Fu, but with all the kung Fu brothers, called Saam Fat, something like "Kung Fu Life."
Kung Fu Life, among other possible understandings, would not only be what we produce while we are practicing at Mo Gun. Kung Fu Life can be understood as a simple act of drinking coffee with the kung fu brothers, or, as in this case, accompanying my Si Fu, Master Julio Camacho, to a lecture at the Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ) in which he was the speaker.
Kung fu is in everything we do, and may even be in the academic world!
For the process that's living the Moy Jo Lei Ou Clan, this activity without doubt, was one of the many that consolidate the work of Master Julio Camacho for the Martial Arts in Rio de Janeiro, even the central theme not being the Ving Tsun, there was clearly kung fu there!


Momento em que Si Fu levanta-se para conversar com aluna oriunda de Gana!
Time when Si Fu gets up to talk with a student from Ghana!


Este foi um dos pontos altos da palestra, quando Si Fu levanta-se para ouvir e entender o que falava a aluna do curso de Nutrição. Esta atitude, segundo ele, demonstra o interesse de quem está ouvindo, pois é muito comum que, quando não conseguimos ouvir o que a outra pessoa está nos dizendo, pedimos que ela aumente o tom da voz, quando na verdade, é o contrário.

This was one of the highlights of the talk when Si Fu gets up to hear and understand what the student of the Nutrition course was saying. This attitude, he says, demonstrates the interest of those who are listening, because it is very common that when we can not hear what the other person is telling us, we ask that it increase the tone of the voice, when in fact, it's the opposite.


Foto da Comitiva que acompanhou Si Fu à UFRJ
Committee photo that accompanied Si Fu to UFRJ














From the Disciple of Senior Master Julio Camacho,
Fabiano Granado (Moy Fat Bing On)
fabianogranado.myvt@gmail.com















segunda-feira, 8 de maio de 2017

Minha admissão na Família Moy Jo Lei Ou (My admission in the Moy Jo Lei Ou Family)

Na primeira publicação, você leitor(a), acompanhou como conheci o Ving Tsun, alguns dos motivos que conduziram-me à prática e como cheguei à Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence.
Hoje, convido-os a conhecer um pouco da minha jornada através do Ving Tsun Experience, minha admissão na Família Moy Jo Lei Ou e como minha relação com Mestre Julio Camacho começou a "tomar forma".

In the first post, you followed how I met Ving Tsun Kung Fu, some of the reasons that led me to practice and how I got to Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence. 
Now, I invite you to know a little of my journey through the Ving Tsun Experience Program, my admission in the Moy Jo Lei Ou family and how my relationship with Master Julio Camacho began to "take a shape".


Mas, o que é VING TSUN EXPERIENCE? But, what is VING TSUN EXPERIENCE?

O Ving Tsun Experience é um programa onde um dos principais objetivos é o reconhecimento dos descendentes de Patriarca Moy Yat. Nele, a sequência chamada "Siu Nim Do", desenvolvida pelo meu Si Taai Gung no início dos anos 90, é trabalhada. Entendo este programa como um "sistema a parte" e único porque, embora dependa do Sistema Tradicional, apoia-se em componentes criados especificamente para este trabalho, permitindo ao praticante uma experiência marcial sem pertencer diretamente a uma família de kung fu.
Era muito comum em minha prática de "Experience" ouvir histórias sobre um "Sistema Tradicional", e que, para ter acesso a ele, eu deveria ser convidado pelo meu Si Fu para se juntar à família Kung Fu.

The Ving Tsun Experience is an instrument where one of the main objectives is the recognition of the descendants of Patriarch Moy Yat. In it, the sequence called "Siu Nim Do", developed by my Si Taai Gung in the early 90's, is worked on. This "system apart" is unique because, although it depends on the Traditional System, it relies on components created specifically for this work, allowing the practitioner a martial experience without belonging directly to a kung fu family.
It was very common in my "Experience" practice to hear stories about a "Traditional System," and that in order to gain access to it, I should be invited by my Si Fu to join the Kung Fu family.
 

Si Fu conversa com os presentes, momentos antes da inauguração do Jiu Pai (placa de anúncio) no Núcleo Méier. 
Este foi um de alguns momentos em pude estar com Si Fu enquanto ainda estava no Experience.
Si Fu talks with the presents, moments before the inauguration of the Pai Jiu (announcement plate) 
at the Meier Mo Gun. This was one, of a few moments, where I could observe Si Fu while I was still in the Ving Tsun Experience.

Acredito que ser convidado a ingressar à família Kung Fu, pode ser considerado uma das primeiras grandes sensações que o praticante de Ving Tsun experimentará ao longo de sua jornada marcial. Recebi este convite duas vezes, mas em ambas recusei, optando por permanecer no Ving Tsun Experience. No entanto, no terceiro convite, eu aceitei. O convite formal foi feito pelo meu Si Hing, o Mestre Qualificado Thiago Pereira, em nome do nosso Si Fu, em um restaurante nas proximidades do Mo Gun do Núcleo Méier. No convite, estiveram presentes outros irmãos Kung Fu, na oportunidade, eles puderam descrever-me o que representava e o significado de pertencer à família Moy Jo Lei Ou.

I believe that being invited to join the Kung Fu family can be considered one of the first great sensations that the Ving Tsun practitioner will experience throughout his martial journey. I received this invitation twice, but both declined, choosing to stay in the Ving Tsun Experience. However, on the third invitation I accepted. The formal invitation was made by my Si Hing, the Qualified Master Thiago Pereira, on behalf of our Si Fu, at a restaurant in the vicinity of Meier Mo Gun. In the invitation, other Kung Fu brothers were present, at the opportunity, they were able to describe to me what it represented and the meaning of belonging to the Moy Jo Lei Ou family.



Si Fu dizendo-me algumas palavras de boas vindas. Ao lado, meu Gai Siu Yan, Ailton Jordão
Si Fu saying me some welcome words. By my side, my Gai Siu Yan, Ailton Jordão.

Quando fui chamado à frente para reverenciar aos ancestrais da arte e ser apresentado por meu Gai Siu Yan (apresentador), Ailton Jordão, todo o receio e insegurança que sentia desapareceram. Acredito que estes mesmos receio e insegurança só estivessem sendo gerados pelo fato de eu estar embarreirando um processo que já estava sendo formado naturalmente. Quando me permiti deixar levar, tudo fluiu.
When I was called ahead to revere the ancestors of our Art and to be presented by my Gai Siu Yan (presenter), Ailton Jordao, all the fear and insecurity I felt disappeared. I believe that these same fears and insecurity were only being generated by the fact that I was embarrassing a process that was already being formed naturally. When I let myself go, everything flowed.



Mestre Julio Camacho fala a grupo de espectadores em palestra com o tema: "Introdução ao Sistema Ving Tsun".
Mestre Julio Camacho speaks to a group of spectators in a lecture with the theme: "Introduction to the Ving Tsun System".


Algumas características na fala de boas-vindas de Si Fu nesta cerimônia, foram a conexão e a clareza evidenciadas por mim. Admiro, sempre que estamos juntos, a precisão que ele tem com as palavras, bem como seu cuidado em dar referências sobre os assuntos que aborda. A forma como ele as trata, conforme sua etimologia, sendo assertivo em seu uso, são mais algumas dessas características que observo. Como na foto acima, sempre de forma rebuscada, porém, compreensível, ele permite fazer-se entender com qualquer que seja o público à sua volta.
Some characteristics in Si Fu's welcome speech in this ceremony were the connection and clarity evidenced by me. I admire, whenever we are together, the precision he has with words, as well as his care in giving references on the subjects he addresses. The way he treats them, according to their etymology, being assertive in their use, are some of these characteristics that I observe. As in the picture above, always in an elaborate manner, but understandable, it allows one to make oneself understood with whichever audience is around him.










Do Discípulo de Mestre Julio Camacho,
Fabiano Granado (Moy Fat Bing On)
fabianogranado.myvt@gmail.com
















sexta-feira, 21 de abril de 2017

Prólogo (Prologue)

A proposta desta publicação é compartilhar com o leitor meu ponto de vista sobre a importância, bem como, o início da construção e evolução da relação entre Mestre - Aluno para o praticante de Ving Tsun (Wing Chun), em especial na linhagem Moy Yat, através dos ensinamentos, conversas e apontamentos de meu Si Fu, o Mestre Sênior Julio Camacho.
Meu nome é Fabiano Granado, sou Discípulo de Mestre Julio Camacho, líder do Clã Moy Jo Lei Ou, do Grande Clã Moy Yat Sang, da linhagem Moy Yat no Rio de Janeiro.
Sou estudante de História e Professor.
The purpose of this publication it's to share with the reader my point of view about the importance, as well as the beginning of the construction and evolution of the Master - Student relation to the practitioner of Ving Tsun Kung Fu (Wing Chun), in special in the lineage Moy Yat, through the teachings, conversations and notes of my master, the Senior Master Julio Camacho.
My name is Fabiano Granado, I'm disciple of Senior Master Julio Camacho, the leader of Moy Jo Lei Ou Clan, of the Great Clan Moy Yat Sang, of the lineage Moy Yat in Rio de Jaeiro.
I'm a graduate student in History and teacher.


Foto Si - To tirada após a cerimônia de abertura do Saan Toi. Jan/2017
Si-To photo taken after Saan Toi opening ceremony. January/2017





Três gerações de Mestres em foto de 1998: Patriarca Moy Yat à esquerda, ladeado por Si Gung Leo Imamura ao centro e Si Fu à direitaNesta foto, vemos outro exemplo sobre relação Si Fu-To Dai, cuja relação pôde transcender barreiras geográficas permitindo a propagação e o conhecimento do Sistema Ving Tsun no Brasil. Foto extraída do blog A Journey of Ving Tsun Life

Three generations of Masters in 1998 Photo: Patriarch Moy Yat at left, sided by Si Gung Leo Imamura in the center and my Si Fu on the right. In this photo, we can see another example about the Si Fu-To Dai relationship, whose relationship allowed the teachings to transcend geographic barriers that allow the propagation and knowledge of the Ving Tsun System in Brazil.I'll tell you more about her in future posts.


Lembro que em meados de 2012, em uma visita à minha madrinha, no momento da despedida, meu tio sugeriu que eu levasse alguns DVD's emprestados, dentre eles "O Grande Mestre" (2008), com Donnie Yen. Recordo que só o levei por conta da descrição do filme "O mestre kung fu de Bruce Lee".

In mid-2012, visiting my godmother, on a Sunday, at the time of farewell, my uncle suggested that I take some DVD's, including "The Grand Master" (2008), with the actor Donnie Yen. I remember that I only took him because of the description of the movie "The kung fu master of Bruce Lee".


O Grande Mestre (2008)
Imagem extraída da internet
Ip Man (2008)
Photo taken from internet


Sobre este filme, tempos depois eu descobriria alguns "segredos" em palestra proferida por meu Si Gung (Mestre do Mestre) Leo Imamura.
Os movimentos executados no filme eram deslumbrantes. Simples e poderosos! Tudo o que buscava em uma arte marcial, uma vez que não havia praticado nada anteriormente, tampouco me enxergava praticando artes como Jiu Jitsu, Judô, Kickboxing, Muai Thay, etc.
Após algumas pesquisas, e muitas delas não me trazerem resultados, em uma última tentativa de pesquisa, ela levou-me até o contato do Mo Gun do Núcleo Copacabana, liderado pela Mestra Úrsula Lima, líder da Família Moy Lin Mah, hoje minha Si Suk. A mesma intermediou meu contato com o, outrora, Thiago Pereira, atualmente Mestre Qualificado pela Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence e líder da Família Moy Fat Lei.

About this movie, sometime later, I would discover some "secrets" in a talk given by Si Gung (Master of the Master) Leo Imamura.
The movements performed were stunning. Simple and powerful! Everything I wanted in a martial art, because I couldn't see myself practicing arts like Jiu Jitsu, Judo, Kickboxing, Muai Thay, etc.
After some researchs, and many of them don't bringing me results, in a last attempt, I were took to the Copacabana's Mo Gun contact, led by Master Ursula Lima, leader of the Moy Lin Mah Family, today my Si Suk.  She introduced me to the Director of the Meier's Mo Gun, Thiago Pereira, now Qualified Master by Moy Yat Ving Tsun Martial Intelligence



A partir deste primeiro contato com a pessoa que eu mais tarde reconheceria como meu Si hing (irmão mais velho) e que me apresentou a arte, juntamente com a minha insistência em querer fazer algo que me movesse, e permitir testar-me de alguma forma e ensinar-me algo mais, comecei as praticas de Ving Tsun Kung Fu em julho de 2013.

From this first contact with the person I would later recognize as my Sihing (older brother) and who presented me the art, along with my insistence on wanting to do something that moved me, to allow to test myself somehow and taught something else, I started practicing Ving Tsun Kung Fu in July 2013.



Na próxima postagem, contarei um pouco sobre como foi o início no Ving Tsun Experience até minha admissão à família Moy Jo Lei Ou!

In the next post, I'll tell more about the start at the Ving Tsun Experience until my admission into the family Moy Jo Lei Ou!



               

Do Discípulo de Mestre Julio Camacho
Fabiano Granado (Moy Fat Bing On) fabianogranado.myvt@gmail.com